quarta-feira, 16 de março de 2011

Gente como a gente - Associação Nova Projeto

No dia 21 de março de 2011 comemoraremos o Dia Internacional da Pessoa com Síndrome de Down. Durante muitos anos pessoas com essa síndrome foram discriminadas pela sociedade. Eram chamadas de mongolóides de forma depreciativa, por possuírem como uma das características pessoais, os olhos amendoados.
O prognostico de desenvolvimento era desconhecido.
Hoje aos poucos vão ganhando espaços nas escolas, nas atividades culturais, no trabalho e na sociedade. São capazes de fazer escolhas e de escrever suas próprias historias. O preconceito ainda existe, mas com certeza bem menor do que foi há alguns anos.

Tenho refletido sobre o movimento de inclusão da pessoa com deficiência em todos os setores da sociedade.
Defendo e acredito que a sociedade deve ser inclusiva, e que todas as pessoas são iguais, em direitos e deveres.
Acredito também que inclusão da pessoa com deficiência no meio social, já deveria ter acontecido há muito tempo. Contudo, fico apreensiva, na forma impulsiva como em alguns segmentos está sendo tratada.
Penso que deve ser planejada e realizada de maneira cuidadosa e responsável. Abrindo espaços e adequando os ambientes, equipamentos e a comunidade para essa realidade.
Ainda encontramos indivíduos que se afastam e discriminam aqueles que não se enquadram ao padrão de realização da maioria das pessoas.
É o desconhecimento, e a falta reflexão sobre as diferenças individuais. Em uma analise mais profunda poderemos observar que não existem dois indivíduos iguais.
No entanto essa falta de reflexão de forma geral faz com que um movimento contrário a inclusão, atrase ainda mais esse processo.
Por outro lado existem os que estão no outro extremo. Defendem a inclusão das pessoas com deficiência de forma impetuosa e atropelada.
Se por um lado é positiva porque movimenta os diversos setores da sociedade nessa conquista, por outro, corre o risco do exagero, com decisões sem os devidos cuidados.
Tenho também ouvido dizer que quem é contra é porque quer manter velhas estruturas. Isso não é real. O que se defende é que todo esse movimento deve ser feito com cuidado e responsabilidade.
A pessoa com deficiência seja lá qual for a deficiência sempre vai precisar de apoio maior ou menor e por essa razão foram estabelecidos benefícios para auxiliá-las. Os deficientes físicos precisam de acessibilidade para poder ter acesso a escola, ao trabalho, ao atendimento médico e ao lazer. O deficiente visual necessita de apoios concretos em todos os ambientes que freqüenta. Os auditivos também, linguagem de libras, apoios na locomoção, independência no transporte. Os deficientes intelectuais dependendo do grau de deficiência vão precisar de menos ou mais apoio e principalmente estarem cercados de pessoas conscientes que aceitem seus limites e diferenças individuais.
Em fim as pessoas com deficiência dependem da estrutura de acolhimento para que possam exercer seu papel social. Para isso devem ter direito a uma série de benefícios que as auxiliem a ter uma vida digna semelhante a nossa, que nos consideramos pessoas sem deficiência.
(Parte do texto foi publicado em 12/03/2009)

Raphaela Viggiani Coutinho