500 maiores empresas desvalorizam a diversidade e descumprem leis que garantem acesso a Pessoa com Deficiência
Apesar do discurso politicamente correto de valorização da responsabilidade social, parte significativa das 500 maiores empresas brasileiras ignoram completamente a inserção da diversidade entre seus quadros funcionais, fechando os olhos inclusive para o cumprimento de leis que garantem a presença de parte dessa diversidade, como a Lei de Cotas (lei 8.231/91) e a Lei do Aprendiz (lei 10.97/2000). É o que se conclui a partir do relatório “Perfil, Social, Racial e Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”.
Divulgado no último dia 11, o estudo foi elaborado pelo Instituto Ethos e pelo Ibope Inteligência, que tomaram como base os questionários respondidos pelas 500 empresas participantes do ranking da revista Exame.
Tal sub-representação fica ainda mais gritante quando ela é tratada também como desrespeito à Constituição Federal, que proíbe qualquer discriminação para admissão e remuneração em razão de deficiência e garante a reserva de vagas na administração direta e indireta às pessoas com deficiência. Além disso, a Lei de Cotas obriga a empresa com 100 ou mais empregados a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: até 200 empregados, 2%; de 201 a 500, 3%; de 501 a 1.000, 4%; e acima de 1.000, 5%.
Em relação ao jovem, a Lei do Aprendiz também é ignorada. A lei garante que as grandes e médias empresas contratem um número de aprendizes equivalente a 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento cujas funções demandem formação profissional específica. O texto legal visa facilitar o ingresso do jovem no mundo do trabalho, como meio de transformar sua realidade pessoal e social.
Mas os empresários fecham os olhos a essa finalidade, já que o relatório demonstra que 43% de empresas contratam menos do que manda a lei.
As respostas demonstram completa ignorância da realidade dos funcionários e do potencial proporcionado pela diversidade. Por exemplo, em resposta a pergunta: “Se a proporção de pessoas com deficiência está abaixo do que deveria, a que atribui?”, 73% respondeu o seguinte: “À falta de qualificação profissional de pessoas com deficiência para os cargos”
Em síntese, respostas como estas demonstram que a responsabilidade social é mais discurso para a mídia do que prática cotidiana na maior parte das 500 maiores empresas brasileiras.
Algumas entidades especializadas no atendimento de pessoas com deficiência cientes da necessidade de qualificá-las para o trabalho mantêm cursos de capacitação profissional elaborados e coordenados por grupo técnico especializado. É um trabalho pouco divulgado junto às empresas que desconhecem esse movimento e na sua grande maioria quando necessitam cumprir as cotas, procuram essa mão de obra em empresas de colocação profissional. Dessa forma recebem realmente o candidato a vaga sem a devida qualificação para o trabalho.
A Associação Nova Projeto desde 2003 desenvolve programa de capacitação profissional para jovens e adultos com deficiência intelectual através de cursos na área administrativa e do varejo. A pessoa com deficiência como resultado da falta de oportunidades na maioria das vezes está afastada da escola e dos cursos profissionalizantes. Por essa razão mesmo beneficiadas pelas cotas não consegue enfrentar um processo de seleção profissional. Capacitada através de cursos profissionalizantes adquire conhecimentos básicos sobre o mundo do trabalho, sente-se mais segura e com certeza tem maiores chances de ser admitida e cumprir com as funções designadas.
A Associação Nova Projeto desde 2003 desenvolve programa de capacitação profissional para jovens e adultos com deficiência intelectual através de cursos na área administrativa e do varejo. A pessoa com deficiência como resultado da falta de oportunidades na maioria das vezes está afastada da escola e dos cursos profissionalizantes. Por essa razão mesmo beneficiadas pelas cotas não consegue enfrentar um processo de seleção profissional. Capacitada através de cursos profissionalizantes adquire conhecimentos básicos sobre o mundo do trabalho, sente-se mais segura e com certeza tem maiores chances de ser admitida e cumprir com as funções designadas.
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