Da minha sala escuto o ritmo do Hip Hop. Fico feliz em poder oferecer aos alunos aulas de dança. Elas são resultado da parceria com o programa “Talentos Especiais” da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Alex, o professor, é fora de série. Semanalmente quebra a rotina da escola com sua energia e entusiasmo. Usa prótese em uma das pernas. Ela não impede a eficiência como professor de dança. Aliás, nem como maratonista. Condição atlética que permite o deslocamento por diversos bairros da cidade, ministrando aulas para pessoas portadoras ou não de deficiências. Até as que utilizam permanentemente cadeiras de rodas adoram dançar. É professor de dança e dá aulas utilizando vários ritmos. A prótese quebrou, em determinada semana. Alex telefonou avisando que ficaria ausente por uns dias, na semana seguinte, aqui estava ele, firme, espalhando alegria nas aulas. Há vários anos trabalho com pessoas especiais . No começo eu sabia que eram diferentes das pessoas comuns. Aos poucos perdi essa percepção. Aqui os alunos são capacitados para o mercado de trabalho. Fico triste quando algum deles não é aceito pelos setores de seleção das empresas. Em “casa de ferreiro, espeto de pau!” Ao conhecer o Alex, voltou-me a sensação da diferença. Poderia aquela prótese prejudicar a função de professor de dança? O Alex mandou minha preocupação para o espaço já na primeira aula.
Associação Nova Projeto - maio de 2008
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