quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ao mesmo tempo que protege desampara- Associação Nova Projeto

Nesse ultimo mês fui obrigada a rever a minha linha de conduta com relação à orientação que presto às famílias de pessoas com deficiência intelectual. Sempre considerei que uma pessoa com qualquer deficiência deve ter um atendimento diferenciado. Deficiências visuais, deficiências física, deficiências auditivas e deficiências intelectuais, em cada um dos aspectos, necessitam de apoios diferentes e adaptações diversas. As deficiências intelectuais, que nem sempre podem ser diagnosticadas visualmente, necessitam de laudo médico que as ateste, de importância fundamental. Eu pensava ser o laudo médico não só uma forma de proteção pessoal, mas também um recurso para acesso aos benefícios como bilhete de transporte especial, LOAS e cotas de emprego (Lei n.8.213/91). Aos mais independentes eu alertava para que, no caso de serem parados por policiais, exibissem o bilhete especial para transporte, pois estava certa de que agindo dessa forma eles receberiam atenção diferenciada. Essa era a minha orientação, porém recentemente, conversando com a mãe de jovem com deficiência que freqüenta a nossa escola, ela me disse orientar a filha a ser discreta e não exibir o bilhete especial porque corre o risco de ser molestada, por identificarem a deficiência e abusarem da ingenuidade dela. É incrível, mas não fica só nisso. Há uns dias atrás fiquei sabendo sobre um jovem com deficiência intelectual que cometeu um roubo e foi preso. A mãe foi à delegacia e explicou ao delegado que o filho era especial e que provavelmente alguém o havia usado para cometer o delito. Comprovou com laudo médico da APAE a deficiência do filho, mostrou o pedido de interdição já correndo na justiça, argumentou, suplicou, porém nada adiantou. O rapaz foi preso sem qualquer tratamento diferenciado. Sem recursos, a mãe apelou para a Defensoria Pública. Contudo não conseguiu evitar que ele fosse transferido para Centro de Detenção Provisória. Chamada pelo advogado que então contratou, levou consigo todos os laudos médicos que comprovam a deficiência, o processo de interdição receitas médicas, enfim, o que conseguiu juntar. Qual não foi a surpresa quando o advogado explicou que se colocasse essa documentação no processo do rapaz, deficiente intelectual, ele corria o risco de ser julgado como doente mental e internado em hospital psiquiátrico. Neste caso para sair de lá seria bem mais difícil. Na verdade, quase impossível. Essa argumentação foi confirmada por outros advogados que consultamos. Solicitada a liberdade provisória, o Juiz não autorizou. O rapaz está preso há quase 30 dias. Agora vai a julgamento.

"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito!" ( Manoel de Barros )

Raphaela Coutinho

sábado, 24 de setembro de 2011

Jovens com deficiência intelectual concluem curso de capacitação profissional. - Associação Nova Projeto






























No dia 16 de setembro de 2011 foi realizada no auditório da GS1 Brasil a cerimonia de entrega de certificados de conclusão dos cursos de Práticas Administrativas e do Varejo para mais um grupo de alunos da Associação Nova Projeto. Foi uma tarde de grandes emoções para alunos, familiares, professores e profissionais da GS1 Brasil. Um programa que teve inicio em 2003 e vem cumprindo com sucesso a proposta de qualificar a pessoa com necessidades especiais para a inclusão no mercado de trabalho.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Benefício LOAS - BPC - Quem recebe poderá trabalhar - Associação Nova Projeto

Pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) poderão tentar o mercado de trabalho sem perder o benefício. A presidenta Dilma Rousseff sancionou, nesta quinta-feira (1º), conforme publicado no Diário Oficial da União, projeto de lei que altera a Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), muda a definição conceitual de pessoa com deficiência e amplia a possibilidade de inclusão profissional desse público.
Antes, a pessoa com deficiência perdia o benefício caso tivesse atividade remunerada, inclusive como microempreendedor individual. A partir de agora, o beneficiário pode ingressar no mercado de trabalho e ter o benefício suspenso temporariamente. Se nesse período o beneficiário não conseguir se manter no trabalho ou não adquirir o direito a outro benefício previdenciário, ele retorna ao BPC sem precisar passar pelo processo de requerimento ou de avaliação da deficiência e do grau de impedimento pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O período de suspensão não é determinado pela lei, mas o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), responsável pela gestão do BPC, proporá ao Legislativo que seja de dois anos. Embora operacionalizado pelo INSS, o BPC não é pensão vitalícia nem aposentadoria. Os beneficiários passam por revisão do INSS a cada dois anos.


Comentário

Finalmente o Benefício de Prestação Continuada, BCP deixa de ser um impedimento para a inclusão da pessoas com deficiência no mercado de trabalho.Pessoas de baixa renda já não precisam arriscar perder esse benefício pela incerteza de permanecer no emprego. Para nós que desenvolvemos programas de capacitação profissional com o objetivo de incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho é uma notícia excelente. Não mais teremos esse empecilho que diariamente nos deixava inseguras na orientação as famílias. Para os deficientes um obstáculo a menos a ser enfrentado.